Campo Forte

Uma unidade
de negócios

Como os fertilizantes revolucionaram a agricultura

Perspectivas dos fertilizantes em 2024: impacto global e cenário brasileiro

Fertilizantes e a revolução na agricultura

Há cerca de 12 mil anos, durante o período neolítico, a humanidade presenciou uma revolução crucial na agricultura. Nesse momento de virada, que ocorreu na região conhecida como Crescente Fértil, desde o Egito até o sudeste da Turquia, as primeiras cidades agrícolas foram estabelecidas, marcando a transição do estilo de vida de nômade para sedentário. Nesse período, a descoberta mais importante foi a de que os cereais poderiam ser armazenados, o que levou ao desenvolvimento de técnicas para colher, processar e conservar grãos. Essa mudança significou o início da transformação da humanidade.

Agricultura e o uso dos fertilizantes

Ao longo dos séculos, a agricultura evoluiu continuamente. A agricultura moderna surgiu nos séculos XVIII e XIX, a partir da intensificação dos sistemas rotacionais com plantas forrageiras e da fusão das atividades agrícola e pecuária. Nessa fase, conhecida como Primeira Revolução Agrícola, a introdução de plantas forrageiras nos sistemas produtivos, além de ser alimento para os animais, possibilitou melhorias na fertilidade dos solos, principalmente quando foram utilizadas as plantas leguminosas, capazes de fixar o nitrogênio atmosférico.

No meio do século XIX, o cientista alemão Justus von Liebig (1803-1873), promoveu a adoção da adubação química na agricultura, sustentando a ideia de que todas as necessidades nutricionais das plantas poderiam ser supridas por substâncias químicas equilibradas.

Tal abordagem revolucionou a prática agrícola, substituindo métodos tradicionais como a fertilização por meio de rotações de culturas e esterco animal, resultando em uma simplificação do processo produtivo e aumento da produtividade nas lavouras.

As contribuições de Liebig e outros cientistas marcaram o fim de uma era predominantemente empírica no conhecimento agronômico, inaugurando a era da "agroquímica".

2ª Revolução Agrícola

Na transição para a Segunda Revolução Agrícola, após a Segunda Guerra Mundial, testemunhou-se uma rápida evolução científica e tecnológica da agricultura. Esse período foi marcado pela substituição dos sistemas de cultivo rotacional por abordagens mais especializadas, impulsionadas pelo aumento do uso de energia fóssil e insumos industriais. Embora tenha enfrentado desafios ambientais, essa transformação resultou em significativos aumentos na produtividade das lavouras e na eficiência do trabalho agrícola, consolidando um novo padrão produtivo: a Revolução Verde.

Considerada um marco na história da agricultura moderna, a Revolução foi impulsionada por dois pilares principais: o melhoramento genético vegetal e os fertilizantes. As sementes geneticamente melhoradas aumentaram a produtividade, enquanto os fertilizantes forneceram os nutrientes necessários para o desenvolvimento das culturas. Além disso, as técnicas de manejo desenvolvidas ao longo do tempo otimizaram os processos agrícolas.

Os defensivos também foram essenciais nesse período, pois com a monocultura, a infestação de pragas e doenças aumentou, havendo necessidade de maior proteção durante o cultivo.

Neste período também ocorreu o desenvolvimento dos primeiros fertilizantes de liberação gradual, os quais reduziram o desperdício e os impactos ambientais, resultando em um aumento na produção de alimentos que acompanhou o crescimento populacional nos últimos 40 anos.

Revolução no Brasil

No auge da Revolução Verde no mundo, na década de 70, o Brasil vivia a Revolução Agrícola Tropical, liderada pelo então Ministro da Agricultura, Allysson Paolinelli.

Por meio da criação de órgãos responsáveis pela adoção das melhorias tecnológicas vindas da Revolução Verde, a agricultura brasileira se tornou mais mecanizada e competitiva. Um desses órgãos de pesquisa e tecnologia criados na época foi a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Nobel da Paz e a Revolução Verde

Não se pode falar de Revolução Verde sem mencionar a importância de Norman Borlaug, um agrônomo norte-americano que desempenhou um papel essencial. Defensor da genética e da biotecnologia, Borlaug desenvolveu uma variedade de trigo que produzia três vezes mais do que as variedades comuns. Essa inovação foi levada a países extremamente pobres, onde não apenas ajudou a erradicar a fome, mas também revolucionou a segurança alimentar de milhões de pessoas.

O trabalho de Borlaug foi crucial para impulsionar o desenvolvimento e a adoção de tecnologias agrícolas em todo o mundo. E em reconhecimento a seus esforços para combater a fome e promover a segurança alimentar globalmente, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz.

Desafios e perspectivas

A produção agrícola passou por um crescimento significativo, mas foi nos anos 1980 que as preocupações surgiram diante dos desafios socioeconômicos e ambientais decorrentes do novo modelo de produção. A disseminação do uso de fertilizantes impulsionou drasticamente a produção global de alimentos, tornando sua importância indiscutível nos dias atuais.

Uma das principais perspectivas para esse cenário é a contínua adoção e desenvolvimento de tecnologias agrícolas inovadoras. Essas tecnologias visam aumentar a produtividade, otimizar o uso de recursos naturais e reduzir o impacto ambiental da agricultura. Isso inclui a utilização de técnicas de agricultura de precisão, biotecnologia, irrigação eficiente, fertilizantes modernos e manejo sustentável do solo, entre outras práticas avançadas.

A agricultura de precisão, por exemplo, permite aos produtores identificar falhas ou necessidades de reposição de nutrientes durante a produção agrícola, enquanto a irrigação pode ser direcionada diretamente para a raiz das plantas e reduzir o desperdício de água por evaporação e escoamento superficial. Os fertilizantes modernos representam outra resposta às demandas da agricultura sustentável: os da Campo Forte, por exemplo, possuem uma pegada de carbono reduzida, maior eficácia e menor perda de nutrientes.

Enfim, a ciência continuará desempenhando um papel fundamental para a agricultura. Investir em pesquisa e desenvolvimento de soluções, que atendam às demandas de uma agricultura sustentável, sempre será essencial para que os produtores enfrentem os desafios futuros com sucesso.

plugins premium WordPress