O consultor em pastagens Wagner Pires explica a importância da coleta individual para compor uma recomendação de fertilidade
Um solo rico em nutrientes é essencial para uma maior produção na pecuária e na agricultura. Além disso, também garante um custo-benefício rentável na gestão da área a ser plantada ou cultivada.
O investimento na adubação correta de pastagens e forragens passa por uma análise profunda e individual das camadas do solo. Assim, identifica-se a real disponibilidade de nutrientes nos diferentes níveis e evita-se o uso incorreto de calcário e fertilizantes.
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A análise de solo consiste em realizar uma coleta do solo a uma determinada profundidade e com uma diversificação de amostragens. Nada impede que amostras individuais sejam feitas em uma análise de solo, mas quando se busca uma análise de uma determinada área, é conveniente que se colete no mínimo de 18 a 20 pontos diferentes do local.
Após isso, a amostra será encaminhada para o laboratório, onde serão feitas todas as análises solicitadas. Exemplo disso são estudos sobre macro e micronutrientes, textura física do solo, teor de matéria orgânica e tudo que for necessário para compor uma recomendação de fertilidade do solo.
Por meio da análise de solo, é possível definir a quantidade e o tipo de calcário corretos para fazer sua correção. Existem vários tipos de calcário, sendo uns com mais cálcio, outros com menos, outros com cálcio e magnésio, e assim por diante. A quantidade recomendada para cada solo é definida por meio de uma média de cálcio e magnésio. A quantidade ideal são três partes de cálcio para uma de magnésio e, caso o solo esteja fora deste ideal, será ajustado com o tipo específico de calcário, com mais ou menos magnésio. Assim, define-se também a quantidade de calcário a ser distribuída na área e incorporada.
“A análise de solo é importante para tudo, pois é por meio dela que se determina a recomendação do fósforo e do nitrogênio, por exemplo. Toda a química do solo é revelada”, ressalta o especialista em pastagens Wagner Pires, que conversou com nossa equipe sobre o assunto.
Na agricultura, é recomendável realizar análises com frequência para se ter maior precisão na reposição de nutrientes do solo. Essa é uma diferença que se observa com relação à pecuária, na qual as verificações não precisam ser tão frequentes.
Para evitar que o solo fique “cansado e empobrecido”, que é um efeito do sistema de monocultura (cultivo de somente um tipo de planta na mesma área), utiliza-se a análise para devolver os nutrientes ao solo e fortalecer a terra. A análise possibilita que sejam realizadas correções com os nutrientes ideais para cada área, ambiente e sistema de produção, sem desperdiçar o investimento com nutrientes inadequados.
Exemplo disso são os três tipos de fósforo existentes, sendo um para cada tipo de solo: fósforo de alta solubilização, baixa solubilização e uma mescla entre os dois. E, também, os dois tipos de solo: arenoso e argiloso, que podem influenciar a escolha do plano de fertilização.
Caso o solo seja arenoso, é recomendável que o produtor use uma fonte de fósforo de baixa solubilização, mais lento para se disponibilizar para as plantas. Se o solo for argiloso, recomenda-se uma fonte de fósforo de alta solubilização porque a argila tem como característica a retenção de nutrientes e o fósforo a ser utilizado deve ser de liberação mais rápida, mais livre.
Quando um agricultor ou pecuarista não está preparado financeiramente para realizar a recuperação do solo, é recomendado começar pela calagem. Em um segundo momento, mais ou menos dois anos depois, o especialista sugere entrar com uma fosfatagem gradativa para, então, elevar a quantidade desse nutriente no solo.
Na pecuária, um ponto importante da análise de solo é que ela pode definir melhor o que o pecuarista precisa fazer para melhorar a qualidade da pastagem e intensificar o pastoreio dos animais. Um exemplo: caso seja identificado que a área de pasto está muito pobre, ácida, deficiente de fósforo e de matéria orgânica, em geral orienta-se a realização de correções adequadas de acidez, para que se consiga produzir mais forragem.
Outra estratégia é o plantio de gramínea mais tolerante a baixa fertilidade, pois ela tende a responder melhor às deficiências do solo. Sem contar que, na maioria das vezes, o capim que já está estabelecido no pasto produz muito pouco.
Caso, no entanto, o pecuarista decida investir na melhoria do solo, recomenda- se que escolha uma gramínea mais exigente de fertilidade e realize todas as correções necessárias gradativamente. Desse modo, a pastagem responderá com maior volume de massa verde, melhorando o ganho de peso do gado.
“Com uma análise bem-feita da terra, é possível conhecer com precisão os limites do solo. Com essas informações, – e frente às exigências nutricionais de cada cultura, pastagem e sistema de produção – será possível definir com segurança a elevação e manutenção dos níveis de fertilidade mais adequados para uma produção sustentável e competitiva”, destaca Wagner Pires.
Nos métodos tradicionais, coleta- se uma amostra de 0 a 20 centímetros. São abertos buracos no solo para coletar a terra de cima até embaixo.
Existem também equipamentos de maior precisão que retiram uma pequena quantidade de terra de determinados pontos, que são chamados de sondas. Essas sondas pegam um filete de terra na profundidade exata e desejada.
O método de coleta com a sonda tem uma vantagem prática, pois podem ser feitos muitos furos no terreno e de forma rápida, com uma quantidade mínima de solo.
A profundidade da coleta é definida por meio da rotina de adubação do solo. Se foi jogado calcário em cobertura sobre o solo ou o pasto, ele já está estabelecido na área e não tem como incorporar e forçar a sua descida para dentro da terra. Então fica-se com excesso de calcário na superfície.
Neste caso, quando for realizada a coleta para amostra do solo, é recomendado que se faça uma amostra de 0 a 5 cm e outra amostra de 0 a 20 cm, de acordo com recomendação do agrônomo. Na amostra de 0 a 20, 70% do sistema radicular do capim está presente nesta profundidade de coleta.
Quando se aplica um fertilizante em cobertura, seu residual estará mais presente na amostra de 0 a 5 cm. Lembrando que a profundidade da amostra será determinada conforme a situação do solo e o projeto que será desenvolvido na área.
A análise de solo, portanto, é crucial para uma gestão eficiente e precisa da fertilização. Ela permite uma avaliação detalhada das necessidades nutricionais do solo, assegurando a reposição adequada de nutrientes. Um solo bem nutrido é fundamental para maximizar a produção tanto na agricultura quanto na pecuária, resultando em colheitas mais abundantes e saudáveis. Além disso, a análise de solo contribui para um custo-benefício mais rentável, otimizando os recursos e melhorando a gestão da área cultivada.